segunda-feira, 27 de novembro de 2006

O cavalo fez faísca



Era grande o número de fiéis dos Sparklehorse presentes no encerramento das festividades. Se no primeiro dia o cine-teatro, tristemente, apresentava muitas cadeiras vazias, o dia 2 via gente sentada nas escadas, no chão, de pé - teriam sido vendidos mais bilhetes do que a lotação disponível?

A verdade é que a banda de Mark Linous não desiludiu. Optando por um alinhamento pouco dado à promoção de Dream Light Years in the Belly of a Mountain, ainda bem fresquinho, preferiram antes uma viagem pela discografia de vários anos, mostrando que as cicatrizes e as feridas são já bem antigas, algumas delas sem tempo para sarar. Uma viagem pela música americana mais crua e densa, pelos desertos silenciosos e áridos, pelas planícies tapadas por céus negros onde os pontos brancos só a medo aparecem.

Os Sparklehorse tocaram, encantaram, deslumbraram e foram à sua vida sem dizer água vai, pois não fazem parte deste nosso mundo onde todos querem ser estrelas. Ainda apanhámos Linous e a baixista quando se decidiram pela grande fuga, o que nos valeu o poster do festival autografado. Para emoldurar e ter sempre à vista. Como uma cicatriz de que, por qualquer razão mística e misteriosa, não nos queremos nunca esquecer.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mais que o rasgo que fez na alma a musica ouvida e sentida, podermos cruzar-nos no bar com as personagens principais, entrar pelos camarins enquanto o green bebia mais um copo ou simplesmente encontrar no passeio um dos super herois da musica e num cruzamento envergonhado pedir-lhe a sua marca secreta, faz deste festival uma verdadeira festa!