quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Tanto barulho para nada


«Silent Alarm», de 2005, foi um assombro. Aproveitando a vaga de loucura e insanidade provocada no meio musical pelos Franz Ferdinand, os Bloc Party criaram um disco épico onde o espírito de festa e inquietação, misturado com alguma melancolia, conquistou meio mundo. «A Weekend in the City» era, por isso e muito mais, um dos discos mais aguardados de 2007. O resultado, porém, é bastante mediano, e ficará para o terceiro disco comprovar se estamos perante um caso de génio ou de um flop genuíno.
Em entrevistas ouvimos Okelele (vocalista e compositor) dizer que os Bloc Party estavam mais profundos, e que a ideia de A Weekend in the City foi a de criar um disco conceptual sobre Londres e as suas doenças cardíacas provocadas pela era Blair. O que temos é um disco super-produzido, demasiado sério, faltando-lhe simplicidade, bravura e, sobretudo, génio e espírito criativo. Parece que, eles próprios, se deixaram contaminar pela doença Blairiana, perdendo-se numa obra de dimensões épicas com muita forma e pouco conteúdo. Os Bloc party desligaram o alarme silencioso e puseram-se a falar como heróis de uma modernidade doentia. Nós perguntamo-nos: para quê tanto barulho?

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