segunda-feira, 5 de março de 2007

E o Japão ali tão perto


Ao quarto album de estúdio, os Air decidiram descer mais uns metros cúbicos até ao reino marítimo do chill out. Depois do mítico Moon Safari, de 1998, muito se tem dito destes dois rapazes franceses. Uns chamam-lhes vendidos, outros acusam-nos de conformismo, outros - como o Fusco - continuam a ver neles um poço de desejo electrónico.
«Pocket Symphony», a sair nos próximos dias, soa como uma viagem até ao Japão dentro de um autocarro inglês, ligado umbilicalmente à banda sonora que Nicolas Godin and Jean Benoît-Dunckel composeram para as Virgens Suicidas da menina Coppola.
Sem ser um disco épico, «Pocket Symphony» convida-nos a entrar num território familiar. A melancolia e as linhas simples de piano dominam, num regresso etéreo ao passado sem dor ou arrependimento, a um campo de flores onde já nos deitámos por inúmeras vezes a pensar nas cores que o futuro irá trazer. Jarvis Cocker, em Hell of a Party e Neill Hannon, em Somewhere Between Waking and Sleeping, emprestam a alma, a voz e a imaginação para dois pedaços de céu em forma de acordes musicais.
Uma sinfonia destas não está apenas no nosso bolso. Já se inscreveu nos nossos corações, enquanto a chuva dança para lá das janelas. Ouçam aqui alguns excertos.

1 comentário:

Anónimo disse...

para além de ficar derretida com esta tua apologia à nova criação dos Air, tenho a dizer que então com o jarvis e o "meu" Neil à mistura, esta música é uma benção para os sentidos!