Quem for ver «Zodiac» à espera de sair da sala de cinema a tremer que nem gelatina como em «Seven», ou aos saltos mortais como em «Fight Club», a desilusão será grande. Porém, estamos perante um grande filme. Confusos? O Fusco acende a luz.
Zodiac é um flme obsessivo sobre a obsessão. Um retrato claustrofóbico de como a demanda pela verdade pode causar danos irreparáveis, numa perseguição impossível aos fantasmas interiores que paralisam o tempo num instante derradeiro escondendo qualquer vislumbre de futuro. A realização, com planos calculados ao milímetro, é delirante. O problema é que o estilo a que Fincher nos habitou em «Seven» ou «Fight Club», de sobreposição de objectos intercalados por sons de fundo semelhantes a metal cortante, se mostra apenas em fugazes instantes, como na cena da busca ao atrelado ou na visita à cave do desenhador de cartazes. A paranóia, essa, continua presente a cada instante.
Digamos que Zodiac é um grande filme menor de David Fincher, uma espécie de documentário ao estilo de uma dissecação da mente humana em busca da verdade inatingível. No caminho da confrontação com os fantasmas, dessa viagem cortante ao centro da loucura, há quem se esconda, há quem sobreviva e há quem se perca para sempre. Seja qual for o caminho escolhido, as marcas dos fantasmas ficarão para sempre.
3 comentários:
Não tendo nenhum contrato de fidelidade ao Fincher, posso dizer-te que achei uma maçada de filme. Argumento interesante perdido na obcessão do realizador que não nos consegue fazer sentir as necessidades sufocantes de um obcessivo, para além das suas.
Acho que concordo com o comentário da ceição. A certa altura o filme entra num parafuso por demais maçador. Os pormenores interessantes só aparecem aqui e ali. Acho que gostei poquinho, pouquinho, pourquinho.
Bom,depois destes comentários, até já posso confessar que hoje vi o "Homem Aranha"..
Bjos
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