«El Violin», do mexicano Francisco Vargas Quevedo, passou ontem na secção Primeiras Obras do Festroia. O filme faz um recuo temporal aos anos 70, mostrando a luta travada entre os camponeses (pela sobrevivência) e os militares (pelo poder total). Don Plutarco (Don Ángel, num registo de excelência) é um velhote com muito estilo, tocador de violino, que ganha a vida como músico viajante levando consigo o filho e o neto. Por detrás desta aparência artística, o trio fornece armas e mantimentos à guerrilha que tenta fazer frente ao regime.
Imerso numa melancolia a preto e branco e com uma fotografia assombrosa, «El Violin» mostra como muitas vezes a beleza e a arte são impotentes perante os desígnios dos deuses do ódio e da inveja. Mesmo com algumas pinceladas extras de dramatismo, o espectro da telenovela mexicana não mora aqui. Uma boa estreia do realizador Francisco Vargas nas aventuras de longa-duração.
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