
Nos Independentes Americanos, à semelhança do que nos tem contado Dermot no blog do Festroia, o melhor ficou reservado para o fim. «Choking Man», do realizador Steve Barron, é um mergulho na vida de um emigrante equatoriano em Nova Iorque, para quem a vida se tornou num imenso vazio.
Jorge passa a vida enfiado num lavatório, olhando pratos e um cartaz descolorado que explica como agir em caso de asfixia. A chegada ao restaurante de uma jovem chinesa desperta algo novo em Jorge, mas o fosso que existe entre ambos parece demasiado fundo e extenso para poder ser vencido. Nessa luta de aproximação, o lado negro de Jorge vai ganhando cada vez mais força, obrigando-o a um terrível confronto com ele próprio em nome da liberdade.
O filme captura a claustrofobia e o sentimento de asfixia que os recém-chegados aos Estados Unidos sentem, à medida que lutam por encontrar um significado para a vida numa cidade estranha. Recusando qualquer embelezamento, o filme faz poesia com imagens sujas e cruas, deixando que seja o silêncio o narrador. Há muito tempo que não saía de um cinema verdadeiramente tocado. Um triunfo do cinema indie que merece levar para casa o Golfinho dos Independentes Americanos.
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