
Ao ver «Reprise», primeira longa-metragem do norueguês Joachim Trier, não pude deixar de pensar em «Jules et Jim», de François Trufaut.
Melhores amigos desde a infância, Erik e Phillip partilham a mesma paixão pelo escritor Sten Egil Dahl, que após a edição do primeiro romance se tornou num ser recluso, afastando-se da vida social e recusando prémios literários. Na sequência de abertura, ambos enviam cópias dos seus romances para a mesma editora, com resultados bem diferentes.
O filme explora a complexa relação entre a criatividade e a experiência, apresentando a escrita como uma arte preciosa que tem de ser aprendida ao longo de um turtuoso caminho, questionando amizades e relações amorosas. O final, lembrando um pouco a subversão narrativa de «Pulp Fiction», constrói uma ponte entre o real e o imaginário, permitindo que o espectador decida se há espaço para o estrelato ou, idealmente, para um novo começo.
Apesar de não conseguir colocar-se a par de toda a rebeldia e entusiasmo que pretende aplicar a cada fotograma, «Reprise» é uma bem conseguida primeira obra de Joachim Trier.
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