sexta-feira, 1 de junho de 2007

Mozart esteve no São Jorge



Mozart esteve ontem, em carne e osso, no Cinema São Jorge em Lisboa. Claro que não apareceu com uma daquelas cabeleiras pirosas, ou com uma indumentária a lembrar séculos antigos. Vestiu antes um fato aos quadradinhos, combinado com umas meias pretas e cor de rosa que são o último grito da moda. Também decidiu, para não perturbar os espectadores, actuar sob a designação de Andrew Bird.

Em quase duas horas de pura magia, Andrew Bird e comparsas desfilaram temas da ópera moderna «Armchair Apocrypha», bem como de operetas mais antigas e consensuais como «Misterious Production of Eggs» ou «Weather Systems». Recorrendo ao método da gravação de pistas e a uma genialidade pouco habitual nestes dias, Andrew mostrou que a música de encantar, que ouvimos nos discos, não se trata de artifícios técnicos ou produções caseiras de laboratório, mas de algo que nasce da improvisação, da imaginação e do devaneio artístico do momento. Para o Fusco, habituado à boémia vida dos concertos e do vinho verde, tratou-se de um dos mais fantásticos momentos musicais que assistiu até hoje. Mozart está bem vivo, e ontem passeou a sua centelha de génio entre nós.



1 comentário:

João disse...

Em Braga, há poucas horas, foi igual.
Depois do concerto o ano passado a solo em Famalicão, tive oportunidade de voltar a ver um dos melhores músicos dos meus dias na fila da frente. E o pássaro fez-me pele de galinha várias vezes. Genial.