segunda-feira, 30 de julho de 2007

Sábado

O dia de encerramento do FMM fez juz à velha máxima de que "o melhor está guardado para o fim". Yodel soturno, hip-hop orgânico e ciganos chanfrados do miolo, fizeram de sábado uma noite de emoções fortes.

Divertimento, genialidade e bom gosto foram os ingredientes servidos por Erika Stucky, acompanhada pelos chefes de cozinha Roots of Communication, numa refeição suiça com muito mais do que chocolate. Erika é uma verdadeira criadora de atmosferas, casando o popular com o erudito, inventando personagens, histórias e viagens. O erudito, por vezes, solta gargalhadas estridentes. Fantástico.


O concerto de K`Naan, que repetiu a presença de 2006 mas desta vez no palco principal, foi para o Fusco o melhor de todo o festival. K`Naan recorda-nos o melhor do hip-hop dos tempos áureos, o seu espírito conciliador, crítico e poético, recusando a triste figura em que o género caiu nos dias que correm graças a imbecis como 50 Cent.
Ritmos tradicionais, poemas cantados com a alma e uma voz que reflecte a solidão, o medo e a esperança, transformaram-se numa sentida celebração que tocou Sines bem lá no fundo.


Apontados como os porta-vozes da revolução cigana, os Gogol Bordello assinaram o momento mais épico do FMM 2007 e, muito provavelmente, candidataram-se ao mais endiabrado, divertido e cativante concerto de toda a história do festival.
Pensem num Pogues calçando Doc Martens, em Bob Marley de cabelo rapado, e ainda assim estarão longe de imaginar o furacão que este colectivo representa quando solto ao vivo num palco. Um OVNI passou por Sines.

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