domingo, 12 de agosto de 2007

Elogio à simplicidade



Numa época em que o universo indie está repleto de construções sonoras rebuscadas, condensações megalómanas de instrumentos e onde a simplicidade parece ser sinónimo de falta de génio e arrojo, as Electrelane surpreendem a nação com «No Shouts, No Calls», o seu quarto longa-duração.

Ao longo de onze temas abundam vozes no limiar da desafinação, orgãos e teclas desalinhadas, uma bateria cativante, guitarras que gritam numa intimidade sónica a caminho de um romantismo incediário. Na sua aparente vulnerabilidade e alguma dose de amadorismo, esconde-se uma aventura musical que é, até à data, um dos maiores empreendimentos sonoros de 2007. Um disco surpreendente, para ouvir bem alto até que os vizinhos batam à porta obrigando a um regresso à realidade. 4 e meio em 5.

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