quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Beirut assina tratado de paz



Depois de «Gulag Orkestar», nascido em 2006, o culto ganhou proporções épicas. Zach Condon, um puto que em vez de andar a decidir em que curso e universidade se iria matricular se assumiu como o rosto dos Beirut, mostrava ao mundo um álbum de fotografias dos Balcãs onde as canções substituíam as imagens e nos levavam, num autocarro sem cobertura, a um lado diferente do planeta.

Com «The Flying Club Cup», o mapa mundo torna-se maior. Ainda se sente a inspiração balcânica, o pulsar de um espírito cigano pronto para uma festa de três dias sem dormir, mas agora o panorama é bem mais universal: esticam-se cordas melancólicas, ouvem-se sopros sofridos, servem-se arranjos deliciosos, exultam coros quase imaginários, desperta uma alma de adolescente pronta a enfeitiçar o mundo com o espírito do Flautista de Hamelin. Ao fim de anos de destruição, Beirut assina finalmente o tratado de paz. Um dos discos de 2007.

Fica para audição, ainda que privado de cinco das suas pérolas, «The Flying Club Cup». Próxima paragem: St Apollonia.

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