sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Desliguem a electricidade/ Cut the power off



Os Magnetic Fields estarão longe de ser considerados os macaulay culkin da música pop, fechados sozinhos em casa a chorar pelo regresso da criatividade excitante que se respirava em «69 Love Songs». «I», de 2004, foi um sucessor digno da herança magnética, que não deixou ninguém envergonhado (pelo contrário). Chegados a 2008, Stephen Merrit e amigos decidiram tentar algo novo, abraçando o caminho da distorção como que decididos a trazer de volta o nevoeiro imaginado pelos Jesus & Mary Chain em «Psychocandy». O resultado, esse, está longe de ser empolgante. Por detrás dos arranhões e da fúria pouco genuína das guitarras, do assalto à mão armada aos tímpanos inflamados, escutamos os murmúrios dos fantasmas de «69 Love Songs» e só nos apetece perguntar: «porque raio não desligam a electricidade?». Três arranhões em cinco.


Magnetic Fields are far from being considered the macaulay culkin`s of pop music, home alone crying for the return of the exciting creativity breathed in «69 Love Songs». «I», from 2004, was a worthy successor of the magnetic legacy, that left nobody ashamed (on the contrary). In 2008, Stephen Merrit and friends decided to try something new, embracing the path of distortion as if determined to bring back the fog imagined by Jesus & Mary Chain in «Psychocandy». The result is far from exciting. Behind the scratches, the fake fury of the guitars and the armed assault to the inflamed ears, we listen to the whispers of «69 Love Songs» ghosts and we only want to ask: «why the hell don`t you cut the power off?». Three scratches out in five.

3 comentários:

João disse...

Em cheio!

Paulo Hasse Paixão disse...

Não sei bem o que é que se passou com o Merrit, mas enfim, eu desculpo-lhe tudo. De um gajo que um dia compôs o 69 love Songs, não se deve pedir mais nada, na verdade. Este é um extra-terrestre que já cumpriu a sua missão no planeta terra.
Em definitivo, o teu blog é a minha referência para a música, amigo.

Maria disse...

O 69 love songs é soberbo. Mas o Distortion é um bom albúm, embora não seja de ficar estupefacto. Destaque para o "Till the bitter end".