quinta-feira, 30 de novembro de 2006

O grande vazio



Ontem decidimos elogiar Ali G, personagem saído da mente de Sacha Baron Cohen que, em formato série, conquistou um lugar de destaque no competitivo mundo da comédia britânica. Hoje arruinamos Borat, outras das suas faces, que chegou ao écran de grande formato sob o pomposo e extenso nome de «Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan».
Estamos diante de um abismo de ideias, uma sucessão de gags onde o mau gosto e a falta de humor são escandalosas. É triste que se tenha feito tanta publicidade à volta do filme, o que vai fazer com que imensa gente enfie este barrete pouco estiloso e a cheirar a mofo. Nem os Estados Unidos nem o Cazaquistão têm razões para fazer grandes ondas, ou chorar invocando maus tratos. Quem sai a perder é mesmo Sacha, que depois deste lixo terá gelado o fervor de admiradores de longa data. Aguentámos pouco mais de metade - uma caipirinha com o sol da tarde pousado sobre o rio dançante pareceu-nos melhor alternativa.
Chamar a isto cinema é o mesmo que chamar música aos discos da Rute Marlene, ou arte à exposição de fotos do olho que não vê que visitou Serralves. A evitar de todo, mesmo para os fãs de Ali G. Se se queimassem as bobinas é que não se perdia mesmo nada.

2 comentários:

Anónimo disse...

Acreditar que essa exposição esteve em Serralves é capaz de explicar porque razão não gostaste do filme.

Lusco Fusco disse...

Para o anónimo que duvida que a exposição esteve em Serralves poderá ver um boneco da coisa em
http://oitoecoisa.blogspot.com/
- é só descer um bocado.

Não percebi foi se gostou ou não do filme...