Seis albuns bastaram para transformar os Tindersticks numa das maiores bandas de culto do circuito indie mundial. Orquestrações de primeira água, um leque gigantesco de instrumentos, influências jazzísticas com o bichinho do flamenco e uma voz deslumbrante entre modelações à Elvis Presley e universos temáticos banhados em Leonard Cohen foram o mote para que a banda, em Portugal, conquistasse mais adeptos que a Igreja Universal do Reino de Deus.
Em 2003, após a edição do estrondoso «Waiting for the Moon», os Tindersticks calaram-se. Temeu-se o pior, os fãs acendiam velas aos deuses da melodia para que o regresso fosse rápido e o mundo não perdesse uma das suas maiores bandas. As preces foram ouvidas em 2005, mas de uma forma desviante. Stuart Staples, a voz mítica e alma dos Tindersticks, aparecia em nome próprio com «Lucky Dog Recordings», onde o universo musical permanecia intocável.
Ontem a Aula Magna recebeu de braços abertos Stuart e amigos, para apresentarem ao vivo «Leaving Songs», disco editado este ano. O festim musical de quase duas horas terminou com uma prenda muito especial para uma plateia rendida: «Tiny Tears» (1995), dos Tindersticks, a única canção onde Stuart precisou do fumo de um cigarro para uma viagem a um passado que deixou marcas como uma ferida aberta. Voltaram com champagne para receber uma ovação de pé, brindaram-nos com um sorriso largo e partiram felizes. E nós agradecemos aos deuses da melodia por uma noite memorável.
1 comentário:
«Lucky Dog Recordings» foi uma semi-desilusão, esperava mais na produção mas com «Leaving Songs» o fascinio voltou, será que os sticks têm futuro ? com discos assim até parece que o stuart não preciso do resto da banda.
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