Aproveitámos o feriado para ver um dos filmes mais massacrados em 2006 pela crítica portuguesa - com a honrosa excepção de João Lopes do DN - e mundial: «Lady in the Water», de M. Night Shyamalan.
Trata-se de um filme notável, de uma fábula dos tempos modernos sobre as histórias de cabeceira que em miúdos devorávamos com os ouvidos e que, ao crescermos, deixámos de acreditar como se o sonho já não pudesse fazer parte de um mundo de gente crescida. É, também, uma história sobre o desaparecimento da afectividade, sobre a desamunização de relações humanas num mundo tranformado num gigante condomínio de alta segurança.
Enquanto que cineastas arrogantes desprovidos de imaginação como Lars Von Trier, que fazem da humilhação o pão nosso de cada dia, são levados ao colo pelos críticos, Shyamalan, que devolve à vida o seu lado místico, é olhado com escárnio e desconfiança. Por estranhos caminhos correm os críticos do cinema moderno.
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