domingo, 14 de outubro de 2007

Triunfo contra todas as adversidades



Fosse por encontros imediatos de velhas amizades - que aproveitaram a ocasião para pôr a conversa em dia - ou um clima de bar que estendia o ruído como uma passadeira até ao centro do salão, os Mazgani venceram as adversidades típicas de uma cidade plantada à beira-mar e mostraram, ontem na Capricho, toda a razão de ser do burburinho criado à sua volta.

Escutaram-se músicas onde reina a vertigem da angústia, o espectro da derrota, a procura da identidade como a única forma de domesticar o peso do mundo. Victor Coimbra, que se estreou com distinção, convoca as sombras e o lado negro; Rui David trata a bateria como um ser vivo, emissor de batimentos cardíacos delicados; Sérgio Mendes desliza nas cordas celebrando os sons primários da natureza; quanto a Shahryar, canta com a parte da alma reservada ao exorcismo da dor e à celebração da vida, por muito escura que seja.

Na entrevista ao Y e citando Rilke, Shahryar dizia que «se deve estar sempre a começar e que falhar é a única possibilidade». No que diz respeito aos Mazgani, o tempo do falhanço e da queda é já uma miragem. É altura de pular bem alto.

2 comentários:

Anónimo disse...

Os Mazgani são uma das melhores bandas portuguesas do momento; têm um potencial enorme.Que o salto seja para bem alto, para gozo de todos os que gostam de boa música!

Anónimo disse...

Do best. Recomendo vivamente.

J.A.