sexta-feira, 11 de julho de 2008

Alive mas nem tanto



O primeiro dia do Optimus Alive! trouxe alguma desilusão. A par da má escolha do local, da disposição errática das tendas e palcos e das poucas infraestruturas para acolher um imenso mar de gente, deu-se o cancelamento da actuação das Cansei de Ser Sexy. Antes que perguntem, não ficámos para o concerto dos Rage Against The Machine. Um resumo daquilo a que assistimos. E já não foi mau.



Há quem diga que os Vampire Weekend são uns betos honestos. Ao contrário dos The Strokes, que são uma espécie de betinhos mimados a fazerem-se passar por rockers empoeirados, os Vampire Weekend são em palco aquilo que se vê, lê e se ouve na autoestrada virtual: uns meninos sem idade para ter barba que oferecem um som festivo embebido em visões de ilhas paradisíacas. Apesar de esperarmos mais ao vivo do que aquilo que encontrámos no disco de estreia dos rapazes, permaneceram no ar as boas vibrações.



Algures entre o choro sentido e a ameaça de surdez, eis a localização geográfica do planeta Spiritualized. Apesar de a actuação ter incidido no espírito flatliner que domina o novo «A&R», espaço houve para revisitar os tempos erráticos e feedbackianos de «Ladies & Gentleman We Are Floating Into Space», do distante ano de 1997. «Come Together» foi um momento épico, que mostrou que aqui não há lugar para a criação de teias de aranha. Sem público, fãs ou apreciadores do seu fantástico mundo, o ovni Spiritualized aterrarou em Algés, recolheu amostras do solo terrestre e partiu rumo ao seu universo para lá das estrelas. Sorte a dos terráqueos que falam a sua linguagem.



Depois da actuação na sede das Nações Unidas conhecida entre nós como Aula Magna, os The National ofereceram no Alive! um alinhamento preparado para as andanças festivaleiras. Matt Berninger entrou de garrafa na mão, perguntando se o dia já havia dado lugar à noite. Foi assim com a sua voz e a música dos The National - como no magnífico «Boxer»: começaram como se não fosse nada com eles para terminar em grande estilo, com o clássico «Mr November». Que o rapaz não se perca no alcool e que um novo disco chegue para o ano são os votos do Fusco.

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