quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Viagem ao abismo sem fundo



Terminámos há instantes «A Carta Roubada", de Edgar Allan Poe, o oitavo livro da mítica colecção A Biblioteca de Babel, editada entre nós pela presença.

Além do conto "A Carta Roubada" - o elogio do raciocício simples -, o livro oferece outras preciosidades: "A Verdade Sobre o Caso de M. Valdemar" - retrato sobrenatural de uma morte aprisionada -, "Manuscrito Encontrado Numa Garrafa" - poderosa alucinação em alto mar -, "O Homem na Multidão" - a solidão no estado submerso - e "O Poço e o Pêndulo" - terror narrativo de uma tortura em crescendo.

No prefácio, razão só por si suficiente para comprar não só este livro mas toda a colecção, Jorge Luis Borges escreve: "Há cerca de setenta anos, sentado no último degrau de uma escada que já não existe, li The pit and the pendulum; já me esqueci das vezes que, depois, o li, reli ou pedi que mo lessem; sei que ainda não cheguei à última vez e que voltarei ainda à prisão quadrangular que se vai comprimindo e ao abismo sem fundo". Por aqui, prometemos também um regresso a esta prisão onde reina o assombro. 9 calafrios em 10.

2 comentários:

Maria disse...

Estudei a Carta Roubada com o Abel Barros Baptista e li o Poço e o Pêndulo (e outros contos incluídos naquela colecção dos livros RTP), e há apenas a dizer que Poe é o melhor contista de que há memória.

Paulo Hasse Paixão disse...

Borges introduzindo Poe. Sublime.