sexta-feira, 26 de março de 2010

A vida num tabuleiro



Temo-lo dito. Independentemente do facto de ser ter transformado no escritor da moda, a descoberta de Roberto Bolaño foi umas das maiores alegrias literárias vividas pelo Fusco. Se "2666" foi uma revelação, "Os Detectives Selvagens" revelou-se um autêntico assombro.

Há poucos dias terminámos "O Terceiro Reich", história de exílio e morte vivida num tabuleiro onde se passeiam soldadinhos de chumbo. Não nos apetece falar do que se passa nas páginas de "O Terceiro Reich", antes obrigar-vos a passar os olhos pela obra deste escritor genial. E a boa notícia é que novas traduções estão a caminho, todas com o selo da Quetzal: "Amuleto", "A Pista de Gelo", "A Literatura Nazi na América", "Nocturno Chileno" e "Os Dissabores do Verdadeiro Polícia". Fica apenas a sinopse e o caminho para o primeiro capítulo de "O Terceiro Reich". Boa leitura.

«Há uma espécie de detective literário, personagens peculiares e um sem-fim de referências literárias – que darão muito gozo ao leitor. A saber: Udo Berger, que sempre quis ser um grande escritor, mas que tem de se conformar em ser o campeão de “jogos de & estratégia guerra em Stuttgart”, decide ir ao Hotel del Mar, na Costa Brava catalã, com a sua nova namorada, Ingeborg (nome de uma das personagens de 2666). O objectivo é treinar-se para participar num novo jogo de estratégia, justamente Terceiro Reich, e preparar-se para ganhar um torneio internacional. Eles compartilham suas férias com um outro casal alemão, Charlie e Hanna, até que o primeiro destes desaparece misteriosamente depois de se cruzar com dois sinistros personagens que também levantam suspeitas nas autoridades locais: «O Lobo» e «O Cordeiro». Entretanto, Udo Berger é perseguido por um detective estranho e sombrio e, atormentado por essa perseguição sem sentido, acaba por entrar em delírio com a “paisagem surreal da Costa Brava”. Tudo isto acontece quando entra num jogo de vida ou morte com um personagem enigmático e de rosto desfigurado, El Quemado. Uma autêntica sinfonia de literatura, política, divertimento surreal, absurdo. Gozo puro.» In Quetzal.

Primeiro capítulo.

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