quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Uma vela com pouca chama



Para quem se habituou às extravagâncias musicais dos Beirut ao longo dos anos, o novo "The Rip Tide" estará para Zack Condon e companheiros como "Sea Change" esteve para Beck no ano de 2002. A diferença, porém, é abissal. Enquanto "Sea Change" foi e continua a ser um grande disco, "The Rip Tide" ficará escrito na história como um disco menor dos Beirut, um conjunto de nove músicas simples e catitas que cumprem o papel de entreter mas que, daqui a uns anos, não trarão saudades de maior.

É como se a tela criativa onde Condon e amigos se divertem a pintar tivesse encolhido, tendo o negócio passado de quadros de dimensões guerniquianas para a decoração de molduras onde cabem fotos 10x15. Abunda a melancolia mas falta-lhe o espírito de celebração presente em anteriores trabalhos, soando como um disco demasiado conservador. Não deixa de ter bons momentos, mas ao fim de algumas audições sente-se vontade de partir para outras andanças musicais. Não é um passo atrás, mas espera-se que o próximo longa duração possa trazer alguma da magia a que nos habituámos. 7 marés (em 10).

Nota Fusco: É impressão nossa ou "A Candle´s Fire" soa a "Have You Seen The Rain?", tema dos Cleedence Clearwater Revival?

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