segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

O Kamasutra da Pop



Patrick Wolf é um rapaz especial, um daqueles miúdos a quem já em catraio se adivinhava um percurso marcado pela originalidade. Em 2003, quando contava 19 primaveras, o mundo viu despontar «Lycanthropy», um álbum onde o encontro entre a electrónica e as cordas de uma viola clássica coexistiam numa desconcertante e irrequieta melodia, entrecruzada com o uivar de lobos perdidos na noite.

Dois anos depois, período que Patrick aproveitou para estudar a arte da composição, nascia aquele que foi um dos melhores discos que 2005 - e a história da pop - ouviu: «Wind in the Wires». Um trabalho solitário, de eremita, onde a natureza se fazia ouvir como um grito à procura de um sentido para a vida.

2007 é o ano do terceiro capítulo, de nome «The Magic Position». Estamos perante um disco arriscado, gravado de peito aberto, balançando numa corda bamba feita de estranhos e mágicos acordes. Patrick faz coexistir o mundo da festa e da cor - como em Magic Position ou Accident & Emergency - com um universo denso e intimista - com o fabuloso MagPie, onde Marianne Faithfull faz do mundo um quarto escuro -, e edita aquele que é de todos o seu disco mais transparente, experimental e genial, mostrando que ainda há muito caminho a percorrer.

Com The Magic Position Patrick Wolf brinca com a Pop, e inventa um kamasutra musical vivido num carrossel à escala interplanetária. Um disco enorme, que vale todas as estrelas do céu numa noite brilhante.

Sem comentários: