quinta-feira, 27 de maio de 2010

Adoro o campo, as árvores e as flores



Na linguagem popular, quando alguém consegue realizar uma estranha habilidade como encestar uma bola no cesto de costas, meio de lado, ao pé coxinho e a trinta metros do alvo, é normal ouvir algo como "aposto que não fazes isso outra vez". Pois bem, os The National fizeram-no e logo por três vezes, criando uma espécie de Santíssima Trindade da dor de alma musical. Aos monumentos "Alligator" e "Boxer", junta-se agora a catedral "High Violet".

A parentalidade de Matt Berninger fez com que os The National descessem à terra, e a banda que era um fetiche da crítica e de um punhado de sortudos é neste momento uma banda que pertence a todos. "High Violet" é um disco de artífice, trabalhado de forma sublime em cada um dos sons e acordes, com orquestrações grandiosas sem manias ou grandezas de estádio de futebol. Canções que se movem entre a força e a graça, o amor e a paranóia, a esperança e o medo, num disco que ecoa na cabeça mesmo quando os headphones já não estão lá. Com os The National, a "escuridão cerrada acompanhada por uma tempestade ruidosa" torna-se no boletim meteorológico que queremos para as nossas vidas. 9.25 violetas (em 10).

'Terrible Love'
'Sorrow'
'Anyone's Ghost'
'Little Faith'
'Afraid of Everyone'
'Bloodbuzz Ohio'
'Lemonworld'
'Runaway'
'Conversation 16'
'England'
'Vanderlyle Crybaby Geeks'

1 comentário:

Anónimo disse...

Duvido que haja algum álbum que seja capaz destronar High Violet este ano. Simplesmente brilhante da primeira à última faixa.
Para mim, 10/10.
=)